Olheiras: por que elas aparecem?
Uma queixa muito frequente no consultório são as olheiras.
Muitas vezes as olheiras são associadas a noites mal dormidas, cansaço e até tristeza e realmente esses são fatores agravantes.
Quando o corpo está cansado, aumenta a produção de um hormônio do nosso organismo chamado cortisol. Ele ajuda a manter os níveis de energia necessários para que você consiga chegar até o fim do dia.
Entre várias outras coisas, o cortisol age aumentando o volume do sangue no organismo, levando a uma dilatação dos vasos. Essa dilatação pode piorar o aspecto da região.
Mas, às vezes, vemos pacientes que, mesmo descansadas e felizes, apresentam escurecimento e alteração do volume da região, passando essa imagem de falta de sono e de energia.
Nem só a fadiga após um dia difícil e as noites em claro são a causa do problema.
Existe uma predisposição que é geneticamente determinada e sempre é necessário levar em conta 3 componentes principais na sua avaliação:
Alteração de pigmento – depósito de melanina na região, levando a uma coloração acastanhada. Isso é mais frequente nas pessoas de pele mais morena.
Alterações vasculares – a pele da pálpebra inferior é muito fina e delicada e a região é bastante vascularizada.
A dilatação desses vasos ou nos indivíduos em que proliferação vascular é mais evidente, provoca o escurecimento da região por transparência.
São aquelas olheiras mais azuladas ou arrocheadas, mais frequentes nas pessoas de pele mais clara.
Alteração de volume – anatomicamente temos nessa área um sulco natural, o sulco lacrimal. Sua profundidade varia de indivíduo para indivíduo. Quando é mais pronunciada, forma uma sombra que piora o aspecto da olheira.
É muito comum termos uma mescla desses três componentes participando em maior ou menor grau, por isso a avaliação caso a caso vai determinar as melhores escolhas de tratamento.
Os melhores resultados costumam ser alcançados com tratamentos combinados.
Tratamentos
Dentro dos tratamentos disponíveis estão:
– tratamento clínico com uso de cremes com ácidos clareadores, ativos calmantes e vasoconstritores na formulação;
– luz intensa pulsada, que atinge o pigmento e também os vasos da região;
– peelings, que aceleram a renovação celular, diminuindo a pigmentação e deixando a pele mais uniforme;
– preenchimento com ácido hialurônico, para diminuir a profundidade do sulco lacrimal, eliminando a sombra e, consequentemente, clareando a região.
– se também houver bolsa de gordura na pálpebra inferior, agravando o problema, a solução pode ser até cirúrgica.
Nada de soluções caseiras
Vale alertar que devemos ter cuidado com os tratamentos caseiros.
Compressas frias podem ser úteis, elas têm um efeito vasoconstritor.
Mas o uso de outras substâncias, como óleos não próprios, ervas, limão, entre outros, pode irritar a região e levar a processos inflamatórios e alérgicos.
Além disso, sempre desconfie de tratamentos milagrosos, mesmo que estejam na moda.
Por toda a complexidade da anatomia da região e pela origem multifatorial da sua formação, é muito importante consultar um profissional habilitado da sua confiança para fazer uma avaliação adequada e indicar os melhores tratamentos no seu caso.